Saturday, March 31, 2007

Ausencias- Dia Mundial da ÁGUA


Imagem - A criação domundo pintura 1500 boschDelight


Dia Mundial da ÀGUA 
            *virgínia fulber






Água a pastorear

ansiosa a suprir nascentes
a sarar desejos febris
a percorrer o leito sem dono
o peito desnutrido
o berço em abando


Água flecha dos destinos
sangue das rochas
leite das pedras
semente da grotas

Água batismo dos crentes
lava pecado injúrias promessas de ausentes
retorna apesar do esquecimento...
fervente és promessa nos embriões

Água dos olhos espelham estrelas
desejo de navegar
entre as melenas das ondas
e vendavais...


Água
só os secos olhares esquecem de ti
pois já ausentes de si


    * virgínia fulber  - março 2007*


22-03 DIA MUNDIAL DA ÁGUA - No dia 22 de março de 1992, a ONU também divulgou um importante documento: a “Declaração Universal dos Direitos da Água”

Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.
 
Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

Imagem - A criação domundo  pintura 1500 boschDelight

Thursday, March 22, 2007

Aquosidades dia Mundial das Águas


imagem Vênus Ponpéia

Água a pastorear anseios
a suprir nascentes
a sarar desejos febris
a percorrer o leito sem dono
o peito desnutrido
o berço em abando
Água flecha dos destinos
sangue das rochas
leite das pedras
semente das grotas
Água batismo dos crentes
lava pecado injúrias
promessas de ausentes
retorna apesar do esquecimento...
fervente és promessa nos embriões
Água dos olhos espelham estrelas
desejo de navegar entre as melenas das ondas
e vendavais
só os secos olhares esquecem de ti ....
ausentes de si ... virgínia f. além mar 29/03/2007
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Aquosidades dia Mundial das Águas -
         * virgínia além mar


Vim das águas
dos olhares úmidos
enamorados de meus pais
lembro-me ...
das aquosidades
do encontro de sêmem, óvulo
como ? não sei
sei que lembro
do amor que fizeram meus
pais num dia de Natal
num aquoso cálice doce /rubro nutri-me
útero carinho, caminho
ao mar salguei-me
azulei-me
então canto pois
as águas para que meus descendentes ouçam
murmúrios sêmem,
sementes dos homens aprendizes
das águas de nós ao além
ouço as águas de mim
meus fluídos ensinam-me a ser mais Rio
indo além mar e além de mim
ao celeste volejar dos corações ardentes...
Louvo as Águas em ti, em nós e
E ao Planeta Água meu querer bem 


Não posso sentar perto de um riacho sem cair num devaneio profundo, sem rever a minha ventura... Não é preciso que seja o riacho da nossa casa, a água de nossa casa. A água anônima sabe todos os segredos. A mesma lembrança sai de todas as fontes.” ( Gaston Bachelard A Água e os Sonhos. Ensaio sobre a Imaginação da Matéria)....“os regatos e os rios sonorizam com estranha fidelidade as paisagens mudas, que as águas ruidosas ensinam os pássaros e os homens a cantar, a falar, a repetir, e que há, em suma, uma continuidade entre a palavra da água e a palavra humana” .“..A água, agrupando as imagens, dissolvendo as substâncias, ajuda a imaginação em sua tarefa de desobjetivação, em sua tarefa de assimilação. Proporciona também um tipo de sintaxe, uma ligação contínua das imagens, um suave movimento das imagens que libera o devaneio preso aos objetos (…) (GB)

O Dia Mundial da Água foi criado pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas através da resolução A/RES/47/193 de 22 de Fevereiro de 1993, declarando o dia 22 de Março de cada ano como o Dia Mundial das Águas. http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=45431

Friday, March 09, 2007

Sylvia Plath




2/


Sylvia Plath
Estancamento no escuro

E então o fluir azul e insubstancial

De montanha e distância.
Leoa do Senhor como nos unimos

Eixo de calcanhares e joelhos!...

O sulco
Afunda e passa, irmão

Do arco tenso

Do pescoço que não consigo dobrar.
Sementes

De olhos negros lançam escuros

Anzóis...
Negro, doce sangue na boca,

Sombra,Um outro vôo
Me arrasta pelo ar...

Coxas, pêlos;Escamas e calcanhares.

BrancaGodiva, descasco

Mãos mortas, asperezas mortas.
E então

Ondulo como trigo, um brilho de mares.

O grito da criança
Escorre pela parede.

E eu

Sou a flexa,
O orvalho que voa,

Suicida, unido com o impulso

Dentro do olho
Vermelho, caldeirão da manhã.
(tradução de Ana Cândida Perez e Ana Cristina César)
vídeo youtube Sylvia - Paixão Além de Palavras

Imanência



Imanência/transc


Ponte sobre a relva

pétalas ao léu

Sede do tempero

sol/ mar

apogeu
Percorre esfinge

sem trégua n ’olhar

cem léguas antes do sol se pôr

Recriado horizonte

Deslizam aquarelas

Acendem-se os flocos da manhã

na dança circular ...

In/manta Arco/íris solmarolhar...
bebendo nuvens
lambendo estrelas
colorindo sonhos , asas...