Os gregos antigos tinham duas palavras para o tempo: chronos e kairos.
Tuesday, October 27, 2009
Chronos e Kairòs- a vida como processo
Os gregos antigos tinham duas palavras para o tempo: chronos e kairos.
Sunday, October 25, 2009
Saturday, October 24, 2009
linguagens... vica além mar
- Assim falou Zaratustra -F. Nietzsche -
Friday, October 23, 2009
Thursday, October 22, 2009
Wednesday, October 21, 2009
Vâninha, hoje é teu dia glorioso
Tuesday, October 20, 2009
Sunday, October 18, 2009
Saturday, October 17, 2009
Iniciação Primaveril - Além Mar Virgínia
P r i m a v e r i l
Chegaste em braços d´ água querida
em tranças brincam aves a saudar-te
também a brisa amena vem cantar-te
pois és majestosamente vestida
Oh Primavera inspiras arte
Tal qual flautim me pões na vida
E, tal qual barco pronto à partida
Faz-me crer que já não estou iludida
Alhures proverbiais ganância e densidade
Em ti esperança equivale-se à fraternidade
Contentamento e dança,apesar da seriedade
Como uma cornucópia chegas e derramas
Abundância e, às deusas Moiras proclamas;
Em teu aroma habita sábia Têmis mãe das Horas
ilustração A PRIMAVERA de Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi, dito Sandro Botticelli
Nigel Kennedy, Vivaldi - Spring III
Thursday, October 08, 2009
Devires infância e novos agenciamentos
*virgínia além mar
O que é a infância senão florilégio
Estágio incial de experimentação
Do qual gozamos e revivemos com emoção
Dia é chegado de celebrar momento régio
De infância poderíamos cobrir o coração
Se aos devires infância abrisse-nos, ao privilégio
Louvar tempo- brinquedo e viver uma porção
Mas queremos educar sentidos
Converter ouvidos
Amputar olhares comovidos
Há tempo de o esquecido reaver
Desautomatizar, buscar fluidez no viver
Rodopiar, olhar de baixo para cima o carretel de estimas!
Apologias antes das Cinzas ...
Foi-se uma inigualável voz, uma grande mulher; Mercedes, de morte natural, afinal adoecemos embora matou-se outra por desilusão de amor e da sua luta, foram-se mais outros, chegaram Marias, Luizas, Josés, Terezas , Josefinas, Floras, Cristinas, Luizes, Joãos... Serão cantantes, Poetas, militantes, escravos do vil metal, livres guerreiros, guerrilheiros, que escolhas farão ?
A natureza não se apieda, reage, a lei da vida é luta pela conservação,todas espécies seguem desinteressadamente, porém o homem pensa, imagina e se auto engana quando ruge, cerra ouvido ante o ecoar da sua própria estupidez. Do jardim do éden dizem, fomos expulsos e, se o fomos foi por arrogância que hoje conhecemos !?O Planeta sobreviverá sem nossa presença, sabemos, mas em condições diversas, nossos rastros deixaremos e serão cobertos por lama ou cinzas quem sabe...larvas lava fervente pedras vulcânicas, escrementos de novas espécies... A mudança é a lei, mas não a apressemos, como diz o oráculo- não é preciso correr em direção ao caos, antecipar os fatos, querer forçar a destruição para nova ordem instalar-se, isto é inevitável.Por que existimos ? Pergunte à Sartre ...Eu não sei !
Pássaros se alimentavam de abundante diversidade. Eco sistemas muito bem sem nós estava e o Planeta azul de verde se revestia...Multiplicamo-nos é a lei da resistência, mas criamos máquinas para não morrer e limitar o tempo , aí reside a diferença queremos perdurar e sobrepujar . Uma vida boa, razoável não nos basta queremos imortalidade sobrevida, tempo para aprender sobre os erros ? Viver mais, comer mais e arar campos de margaridas,ceifar lírios, rasgar sonhos da caatinga, apressar a morte do tigre...À ferro e fogo pelo bel prazer das vaidades e mais vaidades ? Ornar com sangue inocente álbum de fotografias e a Babel se ergue a cada dia, apesar de ideais tão belos haver entre nós... Desilusões coexistem com a esperança ainda...
Espero que os nativos não sejam atropelados pela chamada inclusão, que possam escolher se desejam ser incluídos no desastre que chamamos civilização. Que suas histórias continuem sendo contadas oralmente , que não se perca o contato pessoal como perdemos, que ao pé de algum fogo bom e amigo ainda contem-se os sorrisos e as mãos dadas e as raízes não se percam embora o folclore seja polvilhado com novos olhares e a eles tenhamos ainda ouvidos...Outros modos de convívio são possíveis, há que ouvir, ver do que realmente o bicho homem precisa para viver e desaprender o medo do inevitável, adiado encontro com o fogo ou solo, de qualquer forma a escolher retornaremos todos ao pó e, enquanto o momento de ser apenas nutriente do solo não chega, para cada um de nós, que possamos usar do que nos faz diferentes, uma chamada inteligência que nos permite escolher entre cooperar ou apressar o extermínio e escassez do ar indispensável.Somos os únicos a erguer fogueiras e atar a elas os próprios pés ! Se a uma pulsão de morte em busca de redenção nos pomos, esta não nos autoriza a levar conosco o canto das aves o uivar dos lobos, o nadar dos peixes e, falando em seres aquáticos nem a umidade de nossos corpo levaremos, então porque insistir na insensatez de acumular ?Argumentam alguns dedicados ao amplo consumo, que pela vida confortável tem direito e tudo fazem por si e pelo todo do progresso financeiro.
A Marcha pela Paz está em andamento Inúmeras lutas pedem adesão...
Se tens pressa, então apressa-te a fazer uma escolha que valha à pena. Como saber? Só sentindo! Só sentindo o que te traz contentamento e te faz sorrir íntimamente , o resto não vale um só instante de teus pensamentos...
Creio que Mercedes Sosa viveu de acordo com seus princípios, melhor experimentou o sentimento de pertencer à espécie humana e exerceu seu dom e, como não ter sido contente ao escolher viver encantando e fazer-se porta voz de algum entendimento. Ao interpretar Gracias à La Vida composição da grande artista, auto didata, ativista, idealista chilena Violeta Parra (que suicidou-se por desilusão amorosa e com sua luta) , Mercedes provocou comoção e despertar de milhares para o valor dos sentidos, como diz a letra com a qual deixo-os - o canto de todos, que é o meu próprio canto !
Thursday, October 01, 2009
Gotas d´oceano , outros mundos em III tempos
-Somente o filólogo lê lentamente e medita meia hora sobre seis linhas- Nietzsche - A Gaia Ciência
II - O(s) Filme (s)
Refiro-me ao soviético Solyaris, dirigido por Andrei Tarkovski em 1972. ( ver Tarkovski à luz de Blanchot) Solyaris é um planeta formado por um imenso Oceano que leva os cientistas a pesquisa de um novo ramo científico - a solarística, que tem por objetivo estudar a possibilidade de existência de inteligência extraterrestre oriunda deste planeta. Insólitos acontecimentos ocorridos na Estação Espacal que orbita Solaris requerem a presença de um famoso Psiquiatra, Dr. Chris Kelvin, intrepretado por Donatas Banionis, este é enviado para investigar tais acontecimentos...
Assisti no final dos anos 80. Recentemente um amigo perguntou-me sobre a obra , busquei nas locadoras locais, para rever não encontrei em DVD tampouco em VHF. O Carlos S. do Cine Guion informou-me que não consta no catalago disponível, portanto não o podemos encontrar , a não ser nos trechos disponíveis no youtube, ou quem sabe pesquisar melhor na rede, talvez consiga baixar ... Alternativamente encontrei a versão norte americana, 2002, sob direção de Steven Soderbergh. O Psiquiatra é protagonizando por George Clonei.
“Só me interessa a verdade. Não posso guiar-me por impulsos da alma. Não sou poeta.”
O Solaris norte-americano é bastante distinto tanto na fotografia quanto no roteiro. Embora não nos oferece um espetáculo grandiosos como o apresentado pelo diretor soviético, ainda assim é uma exelente oportunidade à reflexão, Gotei!
Creio válido assistir a ambas obras filmicas e, fazê-lo não só uma vez, pois esta ficção cientifica equipara-se a imprescindível obra de Stanley Kubrick 2001 Uma Odisséia no Espaço.
Outra questão interessante é sobre as escolhas que fazemos, conforme aparece em um diálogo “ não há respostas , apenas escolhas ...”
Este texto não é uma resenha, quem desejar por estas poderá encontrar certamente no Google, assim como trechos do filme no youtube. Meu desejo restringe-se à tentativa de compartilhar impressões muito pessoais, nada científicas e tampouco embasadas em qualquer autor. Diz-se que o Filme bom é aquele que começa quando acaba, ouseja que leva-nos à reflexão, ao diálogo com a obra, estas que passo abaixo não se deram-se de imediato,após assistir Solaris fui dormir e, pensei vou rever na semana. Não o fiz mas tirei um tempo, pois as condições climáticas eram favoráveis e pude deleitar-me com um magnífico Poente deixando que ruminar inconsciente sobre a obra aflora-se. Seguem abaixo as considerações PsicoPoéticas, devaneantes. Escolhi compartilhar sem retoques.
Somente a sensação advinda da harmonia é capaz de costurar a ferida narcísica e o sentimento de falta que habita o homem ...
Toda sonoridade do mar, da Poesia, gratuitamente habita os Por de Sóis ...
O homem não se cansa de seu desejo de aprisionar a vida , por medo de perder o que já foi perdido no nascimento, um paraíso ... Resta-lhe abrir-se à oferta da pluralidade de encontros, às matizes de cores e reencontrar a paz em seus oceânicos momentos possíveis...
que é conquista da aceitação de que neste mundo todos nos sentimos de certa forma desamparados e a única segurança é a coragem de não permanecer ancorado ao passado e, às cobranças de que um outro nos deve o que a cada um somente cabe conquistar ; a suprema liberdade de vir a ser o que se é; humano demasiado humano mas livre para fazer opções;
Escolhi meus tesouros e eles são tantos quanto meus sentidos podem perceber;
estão na mente e somente nela guardados meus recortes de infinito, com eles construo a nave que me leva de volta a mim mesma e ao reconhecimento de que o outro humano demasiado é espelho, alguns espelhos do que foi no passado , outros do futuro, é destes últimos que mais gosto, são como as rubras gotas de oceano que habitam o Poente, estão um pouco mais além do demasiado, embora dirijam-se como andarilhos solitários ...
E vocês que escolha fizeram ?
O que gostariam de dizer antes de partir ?
-Você vem – eu te sinto! O meu abismo fala, voltou-se à luz a minha última profundidade!... ... o que pode ser amado no homem, é que ele é um passar e um sucumbir.Amo Aqueles que não sabem viver a não ser como os que sucumbem, pois são os que atravessam. Amo os do grande desprezo, porque são os do grande respeito, e dardos da aspiração pela outra margem. Amo Aqueles que não procuram atrás das estrelas uma razão para sucumbir e serem sacrificados: mas que se sacrificam à terra, para que a terra um dia se torne do além-do-homem [...]Amo Aquele cuja alma é profunda também no ferimento, e que por um pequeno incidente pode ir ao fundo [...] F. Nietzsche - preâmbulo de Zaratustra