*ArteFilosPsiPoesia*
Não ser amado é falta de sorte, mas não amar é a própria infelicidade." Albert Camus ( For there is merely bad luck in not being loved; there is misfortune in not loving)- A.Camus The myth of Sisyphus, and other essays - Página 201)
Nietzsche “Para viver sozinho, é preciso ser um animal ou um deus - diz Aristóteles. Falta ainda a terceira alternativa: é preciso ser os dois ao mesmo tempo - Filósofo...”
“Temos a arte para não morrer ou enlouquecer perante a verdade" Nietzsche.
Segundo Nietzsche a vida é um constante criar e recriar sem uma teleologia pré-definida. É justamente por este aspecto que a arte expressa de forma mais transparente o que a vida é, pois, a arte é justamente o processo de criação e recriação sem uma finalidade para além da própria criação. A arte na perspectiva do artista está sempre inconclusa e por isso ele não cessa de criar, é como se o artista de alguma maneira captasse o que a vida é, e revelasse isso em sua arte e no processo de criação. A arte além de ser como tudo o mais, movida pela vontade de poder, na medida em que ela mesma é uma pulsão pelo constante criar, revela de forma muito peculiar o pathos que é a vida como vontade de poder que sempre supera a si mesma. Portanto, o verdadeiro artista ao perceber contra a corrente do mundo a forma como conteúdo e o conteúdo como forma, percebe o mundo invertido, e essa inversão no olhar o possibilita brincar com a vida, criando e transformando o atual em novo. Além disso, na medida em que os valores contrapostos pelo artista são uma mentira necessária para suportar a existência, em sua inversão da realidade encontra a verdadeira realidade em suas inúmeras realidades criadas. Os valores criticados exemplificados pela ação do artista é a concepção de verdade inaugurada pelo Socratismo e Platonismo, que de certa forma é fundamentada em uma espécie de divinização da racionalidade em detrimento do pathos. Nosso filósofo em explícita inversão do Platonismo afirma que a verdade racional-conceitual-metafísica tem menos valor que a irracionalidade do pathos artístico.// Imagem eu com Arte da Exposição Horizontes (In) Prováveis 2014 // Museu Direitos Humanos Mercosul Porto Alegre RS Brasil
A visão fenomenológica do movimento humano propõe que o sujeito seja o ator de seu movimento próprio e não apenas um objeto que recebe ordens para imitar padrões de movimento preestabelecidos. O movimento deve ser entendido como um diálogo entre homem e mundo, onde o ser humano compreende o mundo pela ação. Este movimento dialógico é expressivo e comunicativo que se manifesta como gesto criativo, com possibilidade de conhecer o transformar o mundo.
"Estetica "o Sentido da vida Link Camus por Pondé https://www.facebook.com/stories/2370234549670212/UzpfSVNDOjE0Mzc0ODcxMzM1MDQxNTg=/?view_single=1&source=shared_permalink&mibextid=Nif5oz
"A vida sem música é um erro, uma tarefa cansativa, um exílio” Nietzsche
Encontros deram-se através das paixões comuns tais como a música e filosofia, às afinidade pré existentes agregaram-se outras, isto aconteceu tanto em relacionamentos reais quanto nos virtuais, mas é sobre este últimos que atenho-me com mais acuidade nos parágrafos a seguir.
O diálogo virtual proporcionou e proporciona aprofundamento no mundo das idéias, leituras e universos pessoais encontram-se, tangenciam-se no invisível atemporal. O interior se faz compreensível através de diversas linguagens. Como explicar aproximações fulminantes? No virtual uma memória de futuro antecipa-se aos fatos e nele mesmo devires são permeados de intuição, esta que está contida na escrita onde o rítmo , musicalidade íntima deixa-se perceber.
Busquei expressar em palavras recentemente; Do invisível -A música parceira de todas horas preenche a atmosfera com as cores da alma... Entre ausências imagens, sons -mar-rítmos movem meus cataventos ...Antecipa-se ao pensamento todo sentir, ou seja a emoção é primordial à razão, esta estando à serviço da primeira. Tentamos explicar racionalmente, através da linguagem, que é pensamento o sentido, incomensuravelmente maior que o vocabulário existente e disponível. O corpo tem sua própria linguagem, na teatrealidade expressar-se, toda arte é tentativa de fazê-lo e, quando impossibilitado compõe patologias...Entre as "loucuras" inclui-se a busca de sentido a tudo que nos acontece, a vida talvez não tenha sentido , mas é certo que o que sentimos por vezes causa espanto devido as proporções que os sentimentos tomam .Talvez o que haja é o inexplicável e inexpressibilidade e, que assim continue até o último dos dias, contudo intentar compreender e expressar é nos peculiar. Por ventura aceitamos as inúmeras interpretações possíveis aos acontecimentos?Permitimos, admitimos singularidades filosóficas, abertura ao pensamento que buscar criar conceitos que descrevam percepções... ?
A Poesia, enquanto arte, permite-nos a liberdade expressiva que outras áreas do conhecimento humano impedem, além de não requer outra instrumentação que o corpo do Poeta escrivinhador...Gosto de crer que atraímo-nos consoante aproximações entre nossas leituras individuais do mundo, este que nos cerca e permeia.Por motivos que não sei explicar a não ser pela intimidade ocorrida muito cedo, desde que tenho lembrança de existir, com audição musical dos clássicos, música erudita, instrumental em geral, incluindo as composições medievais, incrivelmente belas, em detrimento ao popular , tornei-me ouvinte sensível e não por questão de erudição musical. O gosto viria da alta freqüência vibracional que as notas atingem transcendendo o palpável, o vivido, resgatando o elo dos sentidos universais ?
...A música é linguagem universal. Através dela o especial torna-se visível...
Com este devaneio um pouco longo e talvez desinteressante pretendo ilustrar a profundidade que algumas aproximações atingem. Ocorre que a palavra magia vem à mente em certas ocasiões.Das Articulações Invisíveis - nos silêncios mais íntimos das madrugadas/ no pulsar da chama acesa na audição solitária de Bach /no mais ermo recanto da terra /o mistério nos aproxima/ águias, pombas, gaivotas/seres do silêncio a quem nada escapa /ouvido atento aos chamados dos ventos/ah! nós que ouvimos um pouco /cremos nas flautas/nos tique taques nos assovios /a menor dissonância / atentos /em nós sempre um berço /um terço a mais pianiedade...O conceito pianiedade criei nos idos de 1979, para dar conta de encontros de intensidade semelhantes onde parece que são as infâncias ( in fante que não possui fala ) que dialogam utilizando a linguagem primordial - a música possibilitando entendimento capaz de superar dissonâncias que linguagens outras apresentam. De maneira que quando em pianiedade o encontro se faz, acontece , silêncios e verbo harmonizam-se abrindo portas ao infinito...Tido como de conhecimento amplo é o efeito benéfico que a música exerce sobre os seres vivos não somente ao homem, existem vários estudos sérios a respeito.
A música é som com harmonia e ritmo, mas fisicamente trata-se de energia cinética, energia em movimento ligando cada nota em seqüência e formando a linha melódica. Essa energia cinética determina a ressonância fazendo com que outras coisas ressoem em uníssono, entre esta o organismo. A ressonância que ocorrer sobre a matéria orgânica faz com que os ritmos vitais naturais das células, dos tecidos e dos órgãos sofram alterações, entrem em ritmos especiais e isto pode se refletir em algum tipo de desequilíbrio ou de equilíbrio que irão se refletir sob a forma de doenças ou como saúde.
Aos que encontram na filosofia de Nietzsche uma identificação e , ou gostariam de mais conhecer sua relação com a música , há um excelente Livro a consultar intitula-se , NIETZSCHE E A MÚSICA de Rosa Maria Dias.Boa pedida é rever Dias de Nietzsche em Turim , de Júlio Bressane- um filme sensorial, que não deixo poeira sentar, há cenas extraordinariamente belas - diria ...um ode à vida !
Finalizo com as sábias palavras do filósofo tão querido, que a mais de quarenta e tantos anos, tem sido amigo de cabaceira e, companheiro em ocasos e auroras mais pungentes..." temos a arte para que a verdade não nos destrua" virgínia publicado em 2009 no Poema à Flor da Pele
Nuvens claras passam sublimes na esfera calma de bolhas de sabão... Em nossas mãos, um par de doces poemas em fá, lá, sem dó... Em pianar as letras se transformam e de nossos membros desprendem-se hinos à magia do existir; líquido elixir... Ah! Se pudéssemos pela vida à fora crer, como agora, na mais calma hora, que o amor é em nós e compreender a sabedoria do Monge Tokuda ; “ ... o espírito é vacuidade pronto a receber todas as coisas”
Na vacauidade somos com todos e, que ainda despertem... ´Seremos...Há possibilidade de despidos de culpas, no plano da inocência, crer que na inconsistente impermanência, abre-se a flor ( sorriso da raiz) e nesta há as sementes do que seremos por brevidade eterna; errantes sorrisos, sopros de vida, devires e nada mais.
Reconfortante sentir que a vacuidade agasalha e, que só possuí o que dei e serei somente o quanto ousar desprender-me ... Virgínia *vica bailarina 09/08/2000 publicado https://www.webartigos.com/artigos/tempos-de-estar-iv/96224?expand_article=1
Solitude lunar preenche o coração das aves ao entardecer...sublimes são as água doces a percorrer confiantes para o mar... Somos demasiadamente inquietos, inseguros, ansiosos porque nos perdemos frequentemente do rumo que nos é natural, esquecemos de navegar através das estrelas ...de seguirmos em direção ao nosso lar...
Michel Foucault já concedeu muitas entrevistas, mas poucas vezes falou sobre aquilo que o liga de maneira íntima à escrita, à qual ele chegou tarde e por necessidade. Nesta entrevista de 1966, ainda inédita e dada a Claude Bonnefoy após o lançamento de "As Palavras e as Coisas" [Martins Fontes] -e conservada no Centro Michel Foucault-, o filósofo francês fala de suas dúvidas, convicções e de sua relação íntima com a escrita.
Assim, minha relação com a escrita era um pouco complicada, um pouco sobrecarregada. Mas existe outra recordação, bem mais recente. É o fato de que, no fundo, eu nunca levei muito a sério a escrita, o ato de escrever. O desejo de escrever só surgiu forte em mim quando eu tinha cerca de 30 anos. Para chegar a descobrir o prazer possível da escrita, foi preciso estar no exterior.
Eu estava vivendo na Suécia e me via obrigado a falar ou o sueco, que conhecia muito mal, ou o inglês, que praticava com muita dificuldade. Meu conhecimento fraco dessas línguas me impediu de dizer o que eu realmente queria durante semanas, meses, até mesmo anos.
Eu via as palavras que queria dizer sendo travestidas, simplificadas, tornando-se como pequenas marionetes irrisórias à minha frente, assim que as pronunciava.
Nessa impossibilidade de usar minha língua própria, percebi, em primeiro lugar, que esta possuía uma espessura, uma consistência, que ela não era simplesmente como o ar que respiramos, uma transparência absolutamente insensível, mas que tinha suas leis próprias, seus corredores, suas linhas, seus declives, suas costas, suas irregularidades -em suma, que tinha uma fisionomia e que formava uma paisagem na qual podíamos caminhar e descobrir em volta das palavras, das frases, de repente, pontos de vista que não apareciam até então.
Nessa Suécia em que tinha que falar uma língua que me era estranha, compreendi que podia habitar minha língua, com sua fisionomia repentina particular, como o lugar mais secreto, mas mais seguro, de minha residência nesse lugar sem lugar que é o país estrangeiro no qual nos encontramos.
Hoje, o problema que me preocupa -e que, na realidade, não pára de me preocupar há dez anos- é o seguinte: em uma cultura como a nossa, em uma sociedade como a nossa, o que significa a existência das palavras, da escrita, do discurso? Me pareceu que nunca atribuímos importância tão grande ao fato de que, ao final de tudo, o discurso existe.
Os discursos não são apenas uma espécie de película transparente através da qual e graças à qual enxergamos as coisas, eles não são simplesmente o espelho do que é e do que pensamos. O discurso possui uma consistência própria, sua espessura, sua densidade, seu funcionamento. As leis do discurso existem do mesmo modo que as leis econômicas existem.
As pessoas sentem minha escrita como uma agressão; elas sentem que existe nela alguma coisa que as condena à morte; eu não as condeno à morte, simplesmente suponho que já estejam mortas
É claro que ela marca uma conversão total com relação àquilo que, para mim, era a desvalorização absoluta da palavra quando eu era criança. Me parece -creio que consiste nisso a ilusão de todos aqueles que acreditam descobrir alguma coisa- que meus contemporâneos são vítimas das mesmas miragens de minha infância. Também eles crêem facilmente demais, como eu fazia no passado, como se acreditava em minha família, que o discurso, a linguagem, não é grande coisa, no fundo.
Os lingüistas, eu sei, descobriram que a linguagem é muito importante porque ela obedece a leis, mas eles insistiram sobretudo na estrutura da linguagem, ou seja, na estrutura do discurso possível.
Mas eu me pergunto é sobre o modo de surgimento e funcionamento do discurso real, sobre as coisas que foram efetivamente ditas. Trata-se de uma análise das coisas ditas, na medida em que são coisas. É isso que é o oposto do que eu pensava quando era criança.
Sinto uma impressão de veludo quando escrevo. Para mim, a idéia de uma escrita aveludada é como um tema familiar, no limite do afetivo e do perceptivo, que não pára de assombrar meu projeto de escrever, não pára de guiar minha escrita quando estou escrevendo, que me permite a cada momento escolher as expressões que quero utilizar. A doçura é uma espécie de impressão normativa para minha escrita. Assim, fico muito espantado ao constatar que as pessoas tendem a enxergar em mim alguém cuja escrita é seca e mordaz.
Refletindo sobre isso, acho que são elas que têm razão. Imagino que deve existir, em minha caneta, uma velha herança do bisturi. Talvez, afinal, eu trace sobre a brancura do papel os mesmos sinais agressivos que meu pai traçava sobre os corpos dos outros que ele operava. Transformei o bisturi em caneta. Passei da eficácia da cura à ineficácia da livre proposta, substituí a cicatriz sobre o corpo pela grafitagem sobre o papel, substituí o inapagável da cicatriz pelo sinal perfeitamente apagável e rasurável da escrita. Talvez seja mesmo o caso de ir mais longe ainda. A folha de papel, para mim, talvez seja como os corpos dos outros.
O que é certo, o que eu senti imediatamente quando, perto dos 30 anos de idade, comecei a sentir o prazer de escrever, é que esse prazer de escrever sempre guardou um pouco de relação com a morte dos outros, com a morte de modo geral. Essa relação entre escrita e morte é algo do qual mal ouso falar, pois sei quanto alguém como [Maurice] Blanchot já falou sobre coisas muito mais essenciais, gerais, profundas e decisivas do que o que eu possa dizer agora.
Eu diria que a escrita, para mim, está ligada à morte, talvez essencialmente à morte dos outros, mas isso não significa que escrever seria como assassinar os outros e realizar contra eles, contra sua existência, um gesto definitivamente mortífero que os expulsaria da presença, que abriria um espaço soberano e livre à minha frente. De maneira nenhuma. Para mim, escrever significa lidar com a morte dos outros, sim, mas, essencialmente, significa lidar com os outros na medida em que já estão mortos. De certa maneira, falo sobre o cadáver dos outros. Devo confessar que, até certo ponto, eu postulo sua morte. Falando deles, me vejo na situação do anatomista que faz uma autópsia.
Com minha escrita, eu percorro o corpo do outro, faço incisões nele, levanto os tegumentos e as peles, procuro trazer os órgãos à tona e, com isso, fazer aparecer finalmente o local da lesão, o local onde reside o mal, esse algo que caracterizou sua vida, seu pensamento e que, em sua negatividade, acabou por organizar tudo o que eles foram. Esse coração venenoso das coisas e dos homens -é isso, no fundo, o que eu sempre procurei trazer à tona.
Eu compreendo, também, porque as pessoas sentem minha escrita como uma agressão. Elas sentem que existe nela alguma coisa que as condena à morte. Na realidade, sou bem mais ingênuo do que isso. Eu não as condeno à morte. Simplesmente suponho que já estejam mortas. É por isso que me surpreendo quando as ouço gritar. Fico tão espantado quanto o anatomista que sentisse redespertar de repente, sob a ação de seu bisturi, o homem sobre o qual pretendia fazer uma demonstração. Bruscamente, os olhos se abrem, a boca se mete a gritar, o corpo a se retorcer, e o anatomista se espanta: "Então ele não estava morto!".
Acho que é isso o que acontece comigo em relação àqueles que me criticam ou gritam contra mim, depois de me haver lido. Sempre é muito difícil para mim responder a eles, exceto por uma desculpa, desculpa que eles talvez interpretem como ironia, mas que, na realidade, é a expressão de meu espanto: "Então eles não estavam mortos!".
Tradução de Clara Allain.
abç virgínia ( vic) coordenadora por uma década do Canal de Filosofia Portal VMD( extinto )
DO "LE MONDE"
O sr. poderia explicar como abordou a escrita? Uma de minhas lembranças mais constantes -certamente não a mais antiga, mas a mais obstinada- é a das dificuldades que tive para escrever bem. Escrever bem no sentido em que se entende o termo na escola primária, ou seja, criar páginas de escrita bem legíveis. Acredito -na verdade, tenho certeza- que, em minha classe e minha escola, eu era o mais ilegível. Isso continuou por muito tempo, até os primeiros anos do ensino secundário.
Quando o sr. começou a escrever, houve uma reviravolta, então, com relação a essa concepção primeira e desvalorizadora da escrita? A reviravolta veio, evidentemente, de mais longe. Mas cairíamos numa autobiografia ao mesmo tempo anedótica demais e banal demais para que fosse interessante falarmos dela. Digamos que foi por meio de um trabalho longo que eu finalmente conferi a essa palavra tão profundamente desvalorizada um certo valor e um certo modo de existência.
desconstrói, descomplica isenta da conta do sujeito do inconsciente a culpa e também as dês culpas. pega o giz e faz um traço que se converte em linhas curvas ...viste é quase mar e o sol é uma laranja doce!
quando o sonho do avesso já não dói na barriga feito vidro a vida é plena.. . vês o caminho ascendente que ao mediterrâneo a mente nos leva em fração de segundos...
viajar...ah! a imaginação não subtrai, já a realidade muitas vezes o sonho trai ... vaso de cerâmica, corda, juta ...nós? junta tudo mexe no pires a borra do café com mel, fica bonito! pedrinha colorida de rio eu vi, coloquei no bolso e adormeci... acordei e tinha cinqüenta e muitos anos.
fotos 1 & 2 - pedacinho de paraíso cabe-nos preservar, visto que a Figueira está sob nossa custódia, Local- às margens da Lagoa da Custódia, Municipio Tramandaí RS BR
O Poeta e as Artes- Reiner Maria Rilke breves considerações * virgínia vicamf
Inicialmente sobre a Obra O diário de Florença- Em 1897 o Poeta foi apresentado a intelectual Lou Andreas-Salomé (amiga, discípula do Filósofo F. Nietzsche que mais tarde tornou-se Psicanalista) que provocou uma mudança radical na vida deste .Lou incentivou-o na preparação da viagem a Florença, onde ele pretendia estudar a língua italiana e assistir a cursos sobre história da arte. Rilke começa a redigir a obra (cartas) assim que desembarca na cidade italiana em 15 de abril de 1898 e a termina em 06 de julho do mesmo ano. O diário não é um rigoroso relato de viagem nem uma sucessão cronológica de fatos e sim um envolvente relato no qual compartilha suas emoções, descobertas, experiências e reflexões sobre as artes, particularmente sobre a arte do Renascimento, com Lou Andreas- Salomé além de dirigir-lhe palavras afetuosas . A obra é dedicada a ela.
Trecho do diário: "O sentimentalismo pressupõe a fraqueza, o amor pelo sofrimento. Mas creio que ninguém deixa transparecer tão nitidamente a luta contra o sofrimento como Botticelli. E esse sofrimento não é uma tristeza passiva, imotivada (...), e sim o sentimento ocasionado por esta primavera estéril que se exaure em seus próprios tesouros."
A solidão foi um combustível indispensável ao Poeta Rainer Maria Rilke .
Depois de Florença, Rilke, planejou uma viagem à Rússia a convite de Lou Andreas Salomé , que além de amiga foi sua amante e o estimulou a trocar de nome, ou seja substituir o enorme nome de batismo ; René Karl Wilhelm Johann Josef Maria Rilke(trocou o seu primeiro nome por Reiner)o que resultou no nome pelo qual o conhecemos; Rainer Maria Rilke.
Na primavera de 1901 o Poeta casou-se com a Artista Clara Westhoff (aluna do Artista August Rodin) e tiveram uma filha Ruth, no início de 1902, mas dentro de seis meses, eles concordaram em viver separados, a fim de melhor exercer a sua arte. Mantiveram um relacionamento cordial com breves reuniões, entretanto os “Rilke” como família não viveram juntos. Ela morreu em Fischerhude em 1954.Sua casa e estúdio é hoje Café Im Rilke-Haus - Entre as obras sobreviventes de Clara Westhoff (Rilke) está retrato do busto de Ranier Maria Rilke (Gesso sobre base de gesso 1901). Para ler sua rica Biografia.
Rilke foi secretário do grande Escultor que exerceu grande influencia sobre sua poética entre 1905 a 1906. Em sua Obra reúne seus dois ensaios sobre o escultor francês . Traduzido por Daniela Caldas-Rio de Janeiro- Relume Dumara, 1995-Título original, Auguste Rodin.
“Com essadescoberta (da superfície) começa o autêntico trabalho de Rodin. (...) Não havia poses, nem grupos, nem composição. Havia somente incontáveis superfícies vivas, havia somente vida (...). Rodin percebia a vida, que estava em toda parte, em qualquer lugar que olhasse. Ele a percebia em todos os lugares, observava-a, dirigia-se a ela. Ele a esperava onde ela hesitava, na sua superação; ele a pegava onde ela corria, e encontrava-a em todos os lugares em seu tamanho original, com a mesma força que a impelia. Não havia então nenhuma parte do corpo diminuta ou sem significado: ele era vivo” pgs. 31-32.
Até 1912, Rilke visitou diversos países, participou de inúmeras conferências. Fixou residência na Suíça alemã, onde desenvolveu um “ estilo de vida do artista puro”; livre de preocupações familiares, concentrado exclusivamente ao trabalho. Morreu em 1926, de leucemia. Deixou-nos ” uma poesia seminal, da qual as palavras brotam como se fossem os próprios seres da natureza.”
Outra obra além das supracitadas e inúmeras conhecidas do Poeta destaco ainda < Cartas sobre Cézanne- (correspondência trocada com sua esposa a artista plástica Clara Westhoff Rlke- tradução de Pedro Süssekind. Ed.Rio de Janeiro- 7 Letras, 2001. Título original: Briefe über Cézanne.
Notas -
Livro O diário de Florença- Rainer Maria Rilke. Traduzido por Marion Fleischer - São Paulo : Nova Alexandria, 2002. – 143 pág.- Título original: Das Florenzer Tagebuch
Sobre Ilustração 1- Em 1872, um imponente torso masculino foi
descoberto por O. Rayet e A. Thomas no teatro em Mileto, uma cidade helenística
próspero na Ásia Menor. No ano seguinte Edmond e Gustave de Rothschild, que
subsidiaram a expedição, apresentou-o ao Louvre. O torso, esculpida em torno de
480-470, foi restaurada no século II aC, antes de serem reutilizados no teatro
romano, provavelmente como parte da parede do palco. Vários detalhes-incluindo
marcas de ferramentas na superfície do mármore, a modelagem robusta, ea posição
do braço direito de chumbo nos atribuir esse trabalho para um dos dois
escultores do final do século VI aC. Alguns vêem semelhanças com um bronze
Apollo esculpidas por Kanachos de Sikyon para o templo em Didyma. Outros vêem o
estilo de Pitágoras, que criou estátuas de atletas que foram admiradas por seu
realismo -Fonte
celbrando de véspera Salve20 de julho
“Dia do AMIGO!”
Na palavra que
me é mais cara; “Amigo”,está minha
"ciência' de existência de um infinito!
Um som que
ressoa entre as vidraças, ainda lambidas de chuva e
fumaça... Um trem circular entre terra e mar que desconhece
limites, atinge o céu em plena tempestade,
vaporiza-se em
cadeias, teias, emanando luminosidade reveladora.
Entre olhares
não vistos, adivinhamos rotas dspretensiosamente atingindo caminhos não percorridos ...
Amigos recriam elos perdidos trazendo
significado ao vivido...
Queridos sois
devires de potências aos percursos desejados...
Como não crer
naquilo que não se vê e, no entanto intui-se; na admirável
conexão entre as pontes, fontes moleculares que vibram numa
frequência de mesma potência e alinhamento?
Amigos, gentes,
sementes, mentes, corpúsculos de um mesmo organismo que,
tendem ao encontro por atração ...
Há orquestração
entre nossos corpos por havermos anteriormente afinado-nos intimamente e prosseguimos alinhavando afinidades e
harmonizando-nos...
Somos conjunções
de fluxo e refluxo de estares, existências à caminho de nossas
identidades intensificadas.
Através de
encontros e reencontros percebe-se um Modelo ?padrão ? Ensaio ou erro ? ...Vida!
Na palavra que
me é mais cara; “Amigo”,está minha
"ciência' de existência de um infinito! -
A folha de
papel abriga areia, rochas, palmeiras e mar... Embalada nas águas que desenho, o
sonho cresce e prossegue navegando.
Atenta às
velas que me conduzem entre os azuis deste céu e mar
reinvento as
horas de tardes sem fim...Tardes que quedam a dormir e quando dormem com olhos
bem cerrados gravitam o breu das esferas longinquoas...
Noites não
são filhas do vento tampouco mães das manhãs...
São o avesso
das tardes sem fim...
Adormeço e
mais uma vez todos os tons de azul mesclados com as cores quentes das primeiras
horas das tardes sem fim...
Quem me dera
fossem elas como a grande tela que pinto e medro sem receios de perder a cor da
brisa que vem do leste e trazem consigo o calor germinal...São tão férteis as
águas...
<<Quando os artistas franceses da metade do século 19 abandonaram os estúdios e foram com seus cavaletes, tintas e pincéis para a rua inventar o impressionismo, encontraram o mar. E no mar havia barcos. Barcos a vela. Boudin preferiu não molhar os pés e colocou os veleiros no plano de fundo dos quadros em que enfoca os encontros dominicais nas praias de Trouville, Normandia, que é para onde os parisienses levavam suas cadeiras e sombrinhas, e lá se deliciavam com os saudáveis ventos do Canal da Mancha. Manet, que tentou ser marinheiro, mas, felizmente não conseguiu aprovaçãoapós algumas viagens, mostra parte de sua paixão pelos navios ao retratar a saída de um vapor rodeado por veleiros de velas escuras, na Bologna, antes de aliviar as cores e pintar mais um preguiçoso domingo sob o sol da Normandia. Enquanto isto, do outro lado do Atlântico, Winslow Homer usava o litoral de sua Boston natal como inspiração para as paisagens marinhas que o elevaram a condição de um dos mais importantes artistas americanos do século 19. Longe das teorias impressionistas de seus pares europeus, onde o retrato do lazer, a ausência de detalhes e a forte e clara luz eram uma constante, a pintura de Homer mostra à faina de pescadores e portuários em quadros ainda com as características carregadas dos renascentistas.O retorno ao doce far niente encontra Cloude Monet e Gustav Caillebotte envoltos na Regata de Argenteuil, por volta de 1870. Monet pintando, Caillebotte velejando. Amigos e vizinhos, cada um passou para o outro um pouco de sua arte. Quem de nós não se vê orçando na "Onda Verde" que Monet retratou como se estivesse na tripulação do barco à barlavento? Ou na "varanda" dos nossos clubes, extasiados com as visões dos barcos ancorados e do movimento de outros navegando na linha do horizonte, como mostra a arte do mestre? Odilon Redon, que pinta casais em solitários veleiros emoldurados por céus impressionantes,demonstra seu amor e respeito pelo mar no desenho "O espírito das Águas", onde um enorme rosto com expressão suave olha pelos navegantes do minúsculo veleiro abaixo de si. O pós-impressionismo do fim do século 19, início do século 20, perdeu a luz, voltou para dentro de casa e trouxe as cores vivas para a pintura vanguardista daquela época. E com elas veio Henri Matisse, que abre uma colorida janela para o atracadouro dos veleiros. O Russo Wassily Kandinsky já morava em Berlin quando se tornou um dos primeiros e mais importantes pintores abstratos. Seu abstracionismo, no entanto, não chaga ao ponto de esconder completamente o veleiro no quadro Mit und Gegen. Seu amigo e colega da cátedra na Bauhaus, o suíço Paul Klee, também voltou seus lápis para o mar e de lá interpretou o que viu e chamou um de seus maravilhosos quadros de "Porto de Veleiros". Grande parte da arte de boa qualidade das primeiras décadas do século 20 vem da Alemanha. De lá surge Lyonel Feininger, também professor na Bauhaus, que seguiu os passos de Pablo Picasso, e usou o cubismo para pintar veleiros retos, ondas retas, nuvens retas em estonteantes velocidades e movimentos. Até que o realismo do americano Edward Hopper entra na raia. Conhecido por suas imagens melancólicas em paisagens urbanas repletas de solitários, Hopper parece ter encontrado na beira do mar um contraponto para sua arte inquietante. A música, Joana Francesa, é de Chico Buarque e a voz é de Badi Assad. Tarcísio Mattos, comandante do Zephyrus
Luís Vaz de Camões faleceu em 10 de junho de 1580. A Pátria
Portuguesa comemorando seu dia nesta data apropriadamente homenagia àquele foi
portavoz dos sentimentos de seu povo através da Poesia e fez-se cantar além
mares e influenciar e inspirar a Poesia aos amantes desta bela arte expressiva.
Aos amigos portugueses meu carinho e a todos vcs. meu bem querer...
Ditoso seja aquele
que somente Se queixa de amorosas esquivanças; Pois por elas não perde as
esperanças De poder nalgum tempo ser contente.
Ditoso seja quem,
estando absente, Não sente mais que a pena das lembranças, Porque, inda
mais que se tema de mudanças, Menos se teme a dor quando se
sente.
Ditoso seja, enfim, qualquer estado, Onde enganos, desprezos e
isenção Trazem o coração atormentado.
Mas triste de quem se sente
magoado De erros em que não pode haver perdão, Sem ficar na alma a mágoa
do pecado.- Luís de
Camões
& como não cantar as estrofes que de "cor"
se sabe...
Amor é fogo que
arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento
descontente; É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem
querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de
contente; É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por
vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata
lealdade.
Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos
amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? - Luís de
Camões
Ditoso seja aquele
que somente Se queixa de amorosas esquivanças; Pois por elas não perde as
esperanças De poder nalgum tempo ser contente.
Ditoso seja quem,
estando absente, Não sente mais que a pena das lembranças, Porque, inda
mais que se tema de mudanças, Menos se teme a dor quando se
sente.
Ditoso seja, enfim, qualquer estado, Onde enganos, desprezos e
isenção Trazem o coração atormentado.
Mas triste de quem se sente
magoado De erros em que não pode haver perdão, Sem ficar na alma a mágoa
do pecado. Luís Vaz de
Camões
No
dorso da tarde sombria um soneto pega carona, segue preguiçoso como as gotas de
chuva na relva e o bocejar das nuvens em estiagem incerta como a esperança do
sonho de primavera gerido no verão... Ah! As tardes de sábado tem costas largas
e pés ligeiros.
Andam
com se quisessem recuperar o irrecuperável... Por mais alto que os pássaros
tenham cantadoseu eco já se foi e o
vento apagou o que foi escrito na areia. Ah! As pedras benditas, nelas podemos ler os verbos e
exclamações dos fortes; são eles osventos, nuvens e oceanos que movem areia águas e caminhos desenham...
Já
as manhãs de sábado tem olhos grandes desprezam limites avançam sobre os
membros das tardes possuem a ilusão de que tudo podem , até o sol lhes alimenta
a fantasia que como tal faz com que se percam de si compondosombras no meio dia...
A noite de sábado tem longas melenas trançadas pela
Bacantesque as adornam com flores e fitas multicolorida enquanto esperam o
cortejo de Dionísio. Noites de promessas e quimeras regadas à ditirambos. Mesmo
os que ficam sós, melancólicos ou em paz percebem os som das tranças da noite
de sábado, quando lançadas aos adeptos
da orgia que apressam-se a agarrar-se a ela e deixarem-se balançar sobre a
rotina, deixando para trás obrigações, tediosos afazeres...Ah! quão salutar é tornar-se bailarino, inventar
amores, deixar a imaginação compor o corpo lépido que entrega-se às inocências...Uma
grande esperança permeia estas noites em que tudo é possível porque ela está
grávida do benfazejo domingo ...
Ah! Domingo já nasce generoso e compreensivo e logo passa a perdoar
nossas imperfeições, dá desconto aos atrasos, as ausências...Ao desdobrar-se
vai tornando-se um milagroso remédio, ao anoitecer dádoses extras da sua poção mágica que saram dores do corpo e d´alma àqueles que à
ele se entregam confiantes . Domingo tem uma voz rouca , voz de sábio e
filósofo que utiliza para baixinho confidenciar a cada um dos viventes que a
vida se constrói vivendo o presente. Os
que ouvem e crêem em seu ensinamento desvendamo enigmáticosorriso da Segunda
feira, a cor rosada da face da Terça feira, e assim por diante dia após dia com
sua nova oportunidade de reinventar-nos e abrimo-nos às epifanias que estão
além das humanas tábuas, réguas, regras ditames humanos que por demasiadamente humanos
atribuímos aos deuses...Já é tempo de ousarmos fazer da vida uma obra de arte, dando
vazão ao pulsar da estrela que arde em nós... Carpe Dien!
Ilustração 1- foto virgínia Morro das Pedras SC BR
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