Sunday, January 20, 2008

Jacarandeira


Jacarandeira

Na agradabilíssima tarde deste mês de janeiro, regojizo-me à sombra
do Jacarandá-mimoso, que por minha dita “ impertinência”, finalmente
atingiu a mturidade. Apesar de já ultrapassar doze metros de altura,
na primavera passada somente, foi-lhe permitida sua primeira floração.

Apreciando seus frutos, cápsulas de madeira (do latim –mater,tris- mãe-
matéria) que contém suas sementes, forma pela qual se reproduz ,uma
esperançosa alegria invade-me; a reprodução Jacarandeira através dos
ventos do outono típicos da região sul.

Segue-se ,ao prazer da contemplação da árvore ao sabor da brisa, a
meditação sobre a ignorância humana, o desconhecimento de si e, o
quanto de inconsciente há nas inconseqüentes intervenções no meio
ambiente, entre estas a podas das árvores que impedem seu
crescimento e reprodução.

Após alguns instantes, novamente abandono-me ao sabor da inigualável
dança dos caules longilíneos, repletos de folhas minúsculas contrastando
com o azul celeste.

Um Beija-Flores adentra a sala em busca do néctar dos Brincos- de-
Princesa Seqüestrando-me, momentaneamente ...

Enfim brindo convosco ao prazer dos prazeres que nos iguala
aos deuses,compactuo com Aristótales que assim definiu o prazer
contemplativo referindo-se à contemplação do ser amado...
Estarei dafneando, definitivamente enamorada do mimoso Jacarandá ?

virgínia além mar poeta -17 jan 08

Publicado no Recanto das Letras em 21/01/2008Código do texto: T826179
http://recantodasletras.uol.com.br/cronicas/826179
Blog http://alemmarpeixevoador.blogspot.com

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