ejado”
ao meu filho amado
Recordar-me um episódio ocorrido em
meados de 1981, quando Jô tinha ano e meio de idade
época de insights que expressava em suas primeiras sentenças.
Estava encantado com a descoberta do mundo e das coisas,
fazendo experiências que
intitulei "Porô" na época e
assim ficou e passo a relatar;
Em suas expedições pela casa Joaquim, escolhia objetos e os
trazia à minha frente deixando-os cair ao solo, propositalmente.
Espatifavam-se aos cacos alguns, com seus olhos admirados,
quando isto ocorria sentenciava- porô !
Corria à busca de outro e repetia a experiência. Eu assistia ao
seu show/ aprendizado, durante dias, buscando entender o que
estava ele a compreender e suas conclusões.
Quando utilizava objetos inquebráveis, observava com mesma
seriedade e brilho no olhar - não porô!
Estava ele referindo-se a questão da resistência ? Estaria dizendo quebrou? Ou estourou? Referindo-se ao som; estouro?
Aprendendo estava eu, também a lidar com meu jovem pesquisador,
transferindo para o alto todo objeto de estima ou valor que à sua
experiência inviáveis economicamente. Também providenciando
argila para que confeccionasse seus próprios artefatos poráveis.
Foi nesta atmosfera que num final tarde qualquer, olhando as
Paredes da casa, o adorável menino proclamou –
tudo tem furinhos né mamãe !
Com espanto respondi-lhe afirmativamente - há poros na matéria sim!
Passei a pensar na necessidade de retomar o gosto pela Física,
lembrando-me que à preferia juntamente com a Matemática e à
Filosofia às outras disciplinas,para acompanhá-lo em diálogos
pertinentes ...Entretanto a experiência Poro, foi encerrada, após
este desafiante diálogo, com sucesso extraordinário, nada mais na
casa foi quebrado.
Iniciou-se na pesquisa de desmontagem, típica, dos brinquedos e,
as observações silenciosas do céu! Meus sais! Astronomia era muito
pra minha parca inteligência e falta de tempo? Sem pestanejar
um pequeno telescópio, um microscópio e uma lupa foram as novas
aquisições e as visitas ao Planetário e à Orquestra Sinfônica também
agendados... e o tempo? Ah! Com a experiência compreendemos
a relação Espaço-Tempo, que podemos dar um jeito, que tudo é
relativo e, afinal em tudo há Furinhos!
Estava aberta a descobrir o tanto que não sabia sobre as palavras, o
Universo, a Cosmologia e, com meus botões ( arejados) pensei – como
Einstein teria divertido-se em companhia das crianças com as quais
mantinha correspondência...
Voilà!






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