Tuesday, October 21, 2025

Olhar-pensar “ arejado” do Jô

 Olhar-pensar “ ar



ejado”


                                       


     ao meu filho amado 



 Recordar-me um episódio ocorrido em

 meados de 1981, quando Jô tinha ano e meio de idade

época de insights que expressava em suas primeiras sentenças.

Estava encantado com a descoberta do mundo e das coisas,

fazendo experiências que

 intitulei "Porô" na época e

assim ficou e passo a relatar;  

Em suas expedições pela casa Joaquim, escolhia objetos e os 

trazia à minha frente deixando-os cair ao solo, propositalmente. 

Espatifavam-se aos cacos alguns, com seus olhos admirados,

quando isto ocorria sentenciava- porô ! 

Corria à busca de outro e repetia a experiência. Eu assistia ao 

seu show/ aprendizado, durante dias, buscando entender o que 

estava ele a compreender e suas conclusões. 


Quando utilizava objetos inquebráveis, observava com mesma

 seriedade e brilho no olhar - não porô!  

Estava ele referindo-se a questão da resistência ? Estaria dizendo quebrou? Ou estourou? Referindo-se ao som; estouro?


Aprendendo estava eu, também a lidar com meu jovem pesquisador, 

transferindo para o alto todo objeto de estima ou valor que à sua 

experiência inviáveis economicamente. Também providenciando

 argila para que confeccionasse seus próprios artefatos poráveis. 


Foi nesta atmosfera que num final tarde qualquer, olhando as

Paredes da casa, o adorável menino proclamou – 

tudo tem furinhos né mamãe !

Com espanto respondi-lhe afirmativamente - há poros na matéria sim


Passei a pensar na necessidade de retomar o gosto pela Física

lembrando-me que à preferia juntamente com a Matemática e à 

Filosofia às outras disciplinas,para acompanhá-lo em diálogos 

pertinentes ...Entretanto a experiência Poro, foi encerrada, após 

este desafiante diálogo, com sucesso extraordinário, nada mais na

casa foi quebrado.


Iniciou-se na pesquisa de desmontagem, típica, dos brinquedos e, 

as observações silenciosas do céu! Meus sais! Astronomia era muito  

pra minha parca inteligência e falta de tempo? Sem pestanejar

um pequeno telescópio, um microscópio e uma lupa foram as novas

aquisições e as visitas ao Planetário e à Orquestra Sinfônica também 

agendados... e o tempo? Ah! Com a experiência compreendemos 

a relação Espaço-Tempo, que podemos dar um jeito, que tudo é 

relativo e, afinal em tudo há Furinhos!


Estava aberta a descobrir o tanto que não sabia sobre as palavras, o 

Universo, a Cosmologia e, com meus botões ( arejados) pensei – como

Einstein teria divertido-se em companhia das crianças com as quais

mantinha correspondência...  


Voilà!  

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